Tether interrompe congelamento de USDT em blockchains legadas e adota status de 'não suportado'

A Tether não irá mais congelar USDT nas redes Omni, BCH SLP, Kusama, EOS, Algorand e outras blockchains legadas. No entanto, os ativos tornam-se “não suportados”, entrando em um limbo financeiro sem emissão ou resgate oficial.

Em 29 de agosto, a emissora do USDT, Tether, anunciou uma revisão significativa em seu plano de transição para blockchains legadas. Originalmente, a empresa planejava congelar tokens USDT e interromper os resgates em redes como Omni Layer, Bitcoin Cash SLP, Kusama, EOS e Algorand a partir de 1º de setembro de 2025.

Após um extenso feedback das comunidades de usuários, a Tether optou por abandonar o congelamento, mas ainda assim descontinuar a emissão e o resgate oficiais. Isso deixa os tokens nessas redes em um estado “não suportado”, onde as transferências entre carteiras continuam possíveis, mas os ativos não possuem mais o mesmo lastro ou suporte operacional que o USDT em blockchains ativas.

“Embora os usuários ainda possam transferir os tokens entre carteiras, a Tether irá descontinuar a emissão e o resgate diretos nessas blockchains. Isso significa que os tokens não serão mais oficialmente suportados como outros tokens Tether”, afirmou a emissora do USDT em comunicado.

Uma mudança estratégica, não um recuo

A decisão da Tether de voltar atrás no congelamento sugere que a resistência de desenvolvedores e usuários em redes como EOS e Algorand apresentou um risco reputacional maior do que a simplicidade técnica de um rompimento definitivo.

A abordagem revisada, que a Tether afirma “alinha-se com sua estratégia mais ampla”, é um compromisso pragmático. Permite à empresa se desfazer do ônus operacional de suportar redes com pouco tráfego, ao mesmo tempo em que evita o pesadelo de relações públicas de destruir efetivamente os ativos dos usuários.

No entanto, enquanto a emissora reduz seu suporte em uma frente, está expandindo agressivamente em outra. Apenas um dia antes deste anúncio, a Tether revelou planos para lançar um USDT nativo no Bitcoin via o protocolo RGB.

O movimento pode ser visto como uma aposta estratégica da Tether na segurança fundamental do Bitcoin. Diferente de ativos wrapped em bridges, que introduzem risco de contraparte, o RGB aproveita a própria linguagem de script do Bitcoin e a validação do lado do cliente para tornar o USDT uma parte intrínseca do ecossistema Bitcoin.

A Tether já distribui a stablecoin em Ethereum e Tron, cada uma com mais de 80 bilhões de dólares em circulação, além de plataformas menores como Solana, Avalanche, Celo e Cosmos.