As ações dos EUA podem estar entrando em águas turbulentas, apesar da confiança generalizada de que o Federal Reserve cortará as taxas em 17 de setembro.
A mesa de operações do JPMorgan está informando aos clientes que o corte tão aguardado pode, na verdade, desencadear uma realização de lucros em vez de impulsionar uma nova alta.
Os mercados vêm subindo de forma constante desde a primavera, mas Andrew Tyler, que lidera a mesa de operações do banco, disse que o momentum está enfrentando uma série de obstáculos – inflação persistente, números mais fracos do mercado de trabalho, atritos comerciais e o efeito sazonal negativo de setembro.
Historicamente, este é um mês em que a atividade do varejo diminui e as empresas reduzem os programas de recompra de ações, reduzindo assim duas importantes fontes de demanda por ações. Nesse contexto, mesmo um Fed favorável pode não ser suficiente para prolongar o rali.
O JPMorgan continua com uma postura otimista no curto prazo, mas com muito menos convicção do que no início do ano. A mesa está aconselhando os clientes a protegerem suas posições por meio de operações de volatilidade e exposição ao ouro, reconhecendo a possibilidade de que as ações possam tropeçar brevemente antes de se recuperarem.
No lado da política monetária, o estrategista Fabio Bassi espera apenas um corte modesto de um quarto de ponto. Ele o descreveu como uma medida de “seguro” destinada a amortecer o crescimento mais lento da folha de pagamento enquanto a inflação permanece acima da meta. Em sua visão, os dados mais fracos de emprego tornam insustentável manter as taxas inalteradas, mas o Fed tem pouca justificativa para uma redução mais ousada de meio ponto.
A principal mensagem para os investidores: um corte de juros fora de condições recessivas ainda pode apoiar as ações no médio prazo, mas com os riscos aumentando e as expectativas já precificadas, a decisão de setembro pode levar os investidores a realizarem lucros em vez de buscarem novas máximas.
