Bitcoin cai abaixo de US$ 108.000 enquanto traders permanecem cautelosos, baleias realizam lucros e ETFs registram saídas, dizem analistas

O Bitcoin iniciou novembro em baixa, sendo negociado abaixo de US$ 108.000 após um fim de semana de lateralização e mais uma rodada de saídas líquidas dos ETFs dos EUA na semana passada — enquanto as baleias realizam lucros e o sentimento de risco mais amplo se estabiliza.

De acordo com a página de preços do The Block, o BTC caiu de cerca de US$ 110.000 para US$ 107.200 na segunda-feira. As principais criptomoedas apresentaram movimentos semelhantes, com ether, XRP, BNB e SOL todos em queda de dígitos médios, enquanto o mercado cripto mais amplo caiu mais de 3%, para US$ 3,6 trilhões. A CoinGlass registrou mais de US$ 536 milhões em liquidações, dominadas por aproximadamente US$ 475 milhões em posições longas.

“O movimento não é estruturalmente catastrófico”, compartilhou Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, em uma nota. “Reflete a realização de lucros após uma sequência esticada de setembro a outubro, mas também expõe como a alta de curto prazo ainda depende da demanda constante no mercado à vista (ETFs, tesourarias, compras corporativas)”, acrescentou.

Misir observou que os grandes detentores, comumente chamados de baleias, ainda controlam cerca de 68,6% do suprimento e adicionaram aproximadamente 110.000 BTC em outubro. No entanto, eles também realizaram lucros em cerca de 23.000 BTC no mês passado.

“O mercado está em digestão”, disse Misir. “Os touros estruturais ainda estão aqui, mas a convicção é baixa e o preço precisa de nova demanda à vista de ETFs ou empresas para romper para cima.”

Fluxos de ETF voltam a ser negativos

Os ETFs de bitcoin à vista registraram saídas líquidas de US$ 799 milhões na semana passada, enquanto os produtos de Ethereum ficaram praticamente estáveis, segundo pesquisa da BRN compartilhada com o The Block.

Analistas disseram que o padrão sinaliza uma leve rotação para narrativas de maior beta, como Solana, à medida que o momentum do bitcoin esfria. Os ETFs de Solana, lançados recentemente, atraíram cerca de US$ 200 milhões em sua primeira semana.

Os sinais onchain também enfraqueceram. A lucratividade realizada foi comprimida, as taxas de financiamento estão moderadas e as inclinações das opções tendem levemente para o lado baixista. Além disso, o interesse em aberto em opções de bitcoin caiu drasticamente do pico de US$ 56 bilhões em outubro para US$ 43 bilhões em 3 de novembro, mostram dados do The Block — outro sinal de que a convicção alavancada está diminuindo.

Os mercados parecem ter entrado em um período macro mais tranquilo após o acordo comercial entre EUA e China da semana passada, que aliviou as tensões tarifárias e estabilizou os ativos de risco globais.

“O macro é uma influência de fundo em vez de um gatilho imediato hoje, mas vai controlar a convicção assim que os fluxos de ETF retomarem ou secarem ainda mais”, disse Misir. Ele defendeu “dimensionamento defensivo e entradas escalonadas nas quedas”, acrescentando que uma retomada sustentada de US$ 110.000 com forte volume pode marcar o próximo ponto de inflexão altista.

Perspectiva para novembro

A Bitfinex disse que a montanha-russa de outubro redefiniu o mercado, mas não quebrou o ciclo de alta. “Para novembro, esperamos uma continuação cautelosa do rali do quarto trimestre, com o BTC provavelmente oscilando entre US$ 105.000 e US$ 140.000, dependendo dos fluxos de ETF e das condições macroeconômicas”, disse a empresa ao The Block.

Eles observaram que a volatilidade implícita caiu para 40% ante 47%, e o interesse em aberto na CME subiu 5% na comparação semanal, indicando uma reconstrução modesta na exposição a derivativos. “O potencial de alta vem se a inflação e os sinais do Fed confirmarem mais afrouxamento”, acrescentou a Bitfinex, alertando que “tensões comerciais ou novo estresse de liquidez” permanecem riscos de baixa.

Historicamente, novembro teve um ganho médio de 46% para o BTC, após um ganho médio de 20% em outubro nos últimos 13 anos, mostram dados da CoinGlass.

No entanto, o outubro deste ano terminou mais fraco do que o habitual, provavelmente indicando o clima de pausa e reprecificação do mercado, também observaram os analistas.