Mastercard está perto de fechar acordo com a Zerohash enquanto a concorrência se intensifica

De acordo com várias pessoas com conhecimento direto das discussões, a Mastercard está prestes a fechar um acordo para adquirir a Zerohash em uma transação avaliada entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões. A aquisição marcaria o movimento mais direto da Mastercard em direção à infraestrutura de stablecoin.

As negociações acontecem enquanto empresas globais de pagamentos correm para capturar novas receitas com liquidações baseadas em blockchain. Padrões regulatórios mais claros nos Estados Unidos e na Europa permitiram que instituições convencionais construíssem produtos de ativos digitais regulados.

Acelerando o Avanço em Infraestrutura

A Zerohash desenvolve ferramentas baseadas em API que ajudam bancos, fintechs e corretoras a incorporar negociação de cripto, tokenização e transferências de stablecoin. Em abril, a empresa informou que sua plataforma suportou mais de US$ 2 bilhões em fluxos de fundos tokenizados nos quatro meses anteriores, refletindo a crescente demanda institucional.

Fontes do setor dizem que a Mastercard quer controle direto sobre essa infraestrutura, em vez de um acordo de integração superficial. A Fortune foi a primeira a noticiar as  negociações na quarta-feira, como parte do movimento mais amplo da rede de pagamentos para ampliar serviços regulados de ativos digitais. Segundo a empresa, a Zerohash também fornece infraestrutura de fundos tokenizados para o BUIDL da BlackRock e o BENJI Token da Franklin Templeton.

A potencial aquisição segue negociações separadas envolvendo a BVNK, uma startup de stablecoin sediada em Londres. Esse acordo foi avaliado em US$ 2 bilhões, mas a Coinbase entrou em exclusividade com a BVNK, limitando propostas concorrentes, segundo pessoas familiarizadas com essas discussões.

Que maneira de começar! A zerohash foi premiada com o Money20/20 Gold Award for Payments. Nossa infraestrutura onchain impulsiona inovadores como Stripe, Felix, Bolt e BlackRock BUIDL a construir o futuro dos pagamentos. Obrigado aos nossos parceiros pela confiança e colaboração.

— zerohash (@ZeroHashX) October 27, 2025

A Mastercard tem sido ativa em serviços de cripto há vários anos, incluindo programas de cartão com grandes exchanges. Seu foco recente em liquidação de stablecoin sinaliza uma mudança de estratégia. Em vez de apoiar carteiras voltadas ao consumidor, a Mastercard parece estar construindo a infraestrutura para pagamentos regulados em blockchain.

Por Que Isso Importa para Pagamentos

Uma aquisição bem-sucedida pode remodelar a forma como a Mastercard gerencia transações internacionais. Ao possuir infraestrutura regulada, a empresa pode liquidar transferências de stablecoin em sua própria rede sem depender de parceiros externos. Esse modelo pode atrair bancos que desejam liquidação via blockchain, mas não podem operar custódia ou tokenização internamente.

Movimentos recentes do setor mostram esse impulso. Em maio, o Citi processou depósitos tokenizados para um piloto de tesouraria corporativa, liquidando pagamentos internacionais em minutos em vez de dias. O JPMorgan rebatizou sua plataforma blockchain Onyx para Kynexis e começou a implementar liquidação de FX on-chain para USD e EUR no início de 2025, oferecendo a clientes multinacionais compensação mais rápida e liquidez transparente. Esses desenvolvimentos levaram redes de pagamento a buscar parceiros de infraestrutura regulada, aumentando a urgência do interesse da Mastercard na Zerohash.

Mastercard stock performance YTD / Source: Yahoo Finance

Analistas dizem que um acordo com a Zerohash pode ajudar a Mastercard a evitar ser deixada de fora à medida que stablecoins reguladas ganham escala nos mercados de folha de pagamento, tesouraria e remessas. A Mastercard obteria uma pilha pronta para pagamentos e ativos tokenizados se o acordo for concluído.

A Visa também avançou mais fundo no setor bancário de stablecoins. Em 30 de setembro, a empresa anunciou um piloto de financiamento via Visa Direct que utiliza stablecoins para pré-financiamento de negócios, mostrando como as grandes redes estão se preparando para liquidação on-chain.