Entrevista exclusiva com o CEO da Brevis, Michael: zkVM é muito mais eficiente para escalabilidade do que L2

Em um ambiente de hardware de consumo, 64 GPUs completaram 99,6% das provas de blocos L1 em 12 segundos — A Pico Prism, máquina virtual de conhecimento zero (zkVM) multi-GPU lançada pela Brevis, alcançou um avanço significativo em desempenho.

Esse marco também atraiu grande atenção da comunidade central do Ethereum. O fundador do Ethereum, Vitalik Buterin, comentou publicamente: "Fico feliz em ver a Pico Prism da Brevis entrando oficialmente no campo de verificação ZK-EVM. Este é um passo importante para a ZK-EVM em termos de velocidade de prova e diversidade."

"Os dados falam por si." Michael, cofundador e CEO da Brevis, afirmou: "Construímos uma infraestrutura capaz de lidar com a produção de blocos em tempo real do Ethereum, utilizando apenas hardware de consumo. Esse desempenho é a melhor resposta ao objetivo de descentralização do Ethereum."

Michael, cofundador e CEO da Brevis — PhD em Ciência da Computação pela UIUC, especialista em sistemas distribuídos e redes de alto desempenho — já empreendeu várias vezes no Vale do Silício com sucesso, tendo suas pesquisas adotadas por empresas como Google. Em 2018, fundou a Celer Network (com valuation de pico superior a 2 bilhões de dólares). Agora, lidera a equipe da Brevis para combinar provas de conhecimento zero com computação verificável, visando criar uma infraestrutura capaz de suportar as demandas computacionais em larga escala do ecossistema Ethereum.

Para entender melhor como a Brevis alcançou esse avanço e o que isso significa para o ecossistema Ethereum, a BlockBeats entrevistou Michael, cofundador e CEO da Brevis.

Exploramos três questões centrais:

· Missão e posicionamento da Brevis

· O valor prático que a computação verificável pode trazer para as aplicações

· Os próximos passos da Brevis no alinhamento profundo com o ecossistema Ethereum

Esta não é apenas uma conversa sobre tecnologia, mas também uma reflexão prospectiva sobre a confiança na computação do futuro.

O que é a Brevis: da visão ao posicionamento

BlockBeats: Você pode nos explicar, da forma mais simples possível, o que é a Brevis e que tipo de problema ela quer resolver?

Michael: Posicionamos a Brevis como uma Camada de Computação Infinita (Infinite Computing Layer), servindo tanto ao Web3 quanto a cenários de aplicação mais amplos. O objetivo central é fornecer capacidade computacional quase ilimitada para aplicações on-chain, mantendo a descentralização e a segurança, resolvendo o dilema estrutural de longo prazo entre alto desempenho/funcionalidades complexas e minimização de confiança. Embora as soluções L2 tenham aumentado significativamente o throughput nos últimos anos, ainda há limitações para computações complexas (como processamento de grandes volumes de dados históricos, agregação cross-chain, inferência de algoritmos/IA, etc.), dificultando a implementação de funcionalidades avançadas.

A solução da Brevis é computação off-chain com verificação on-chain. A computação pesada é executada fora da cadeia, gerando provas de conhecimento zero (ZK Proof); o contrato on-chain apenas verifica a prova com custo mínimo, sem precisar repetir toda a computação. Assim, o contrato ganha uma extensão garantida por criptografia, expandindo significativamente a capacidade e as fronteiras funcionais sem sacrificar descentralização e segurança. Hoje, os contratos inteligentes não são realmente inteligentes; com a Brevis, eles podem se tornar verdadeiramente inteligentes.

BlockBeats: A Brevis é chamada de camada de computação infinita do Web3. De onde vem esse conceito? Qual a diferença essencial em relação à computação on-chain ou escalabilidade tradicional?

Michael: Chamamos a Brevis de camada de computação infinita do Web3 porque seu objetivo é romper o limite computacional do blockchain. As soluções tradicionais de escalabilidade (como Layer 2 Rollup) aumentam principalmente o throughput de transações, de dezenas para centenas ou milhares de TPS, mas ainda há um teto e não resolvem o problema de executar qualquer computação complexa on-chain: normalmente, apenas transações e operações contratuais simples podem ser processadas. Quando a complexidade aumenta, é difícil modelar e suportar on-chain, como no processamento de grandes volumes de dados, inferência de IA ou algoritmos complexos.

O ponto de partida da Brevis é diferente: não queremos apenas acelerar tipos predefinidos de transações, mas permitir que o blockchain aceite e suporte o resultado de qualquer computação, mantendo segurança e ausência de confiança. Isso corresponde ao novo paradigma da Computação Verificável — desde que a computação off-chain possa produzir uma prova matemática de conhecimento zero, a cadeia pode confirmar sua correção e segurança com custo mínimo.

Para os desenvolvedores, a Brevis é como uma nuvem de computação verificável: expanda a capacidade conforme necessário, como na computação em nuvem, execute computações complexas off-chain e envie a prova para verificação on-chain, mantendo o mesmo modelo de segurança e confiança dos contratos nativos. Por isso, definimos a Brevis como camada de computação infinita — desempenho e usabilidade quase ilimitados, mantendo o mesmo nível de confiança e segurança do blockchain.

BlockBeats: A computação verificável parece abstrata. Você pode explicar de forma mais intuitiva o papel dela na Brevis?

Michael: A limitação fundamental do blockchain é que, ao garantir segurança e ausência de confiança, a capacidade computacional é limitada. Blockchains como Ethereum são sistemas de consenso, onde muitos nós executam a mesma transação ou contrato separadamente e só produzem um novo bloco após concordarem. Esse mecanismo é seguro, mas ineficiente, como se toda a turma resolvesse o mesmo problema do início para confirmar a resposta.

A ideia da computação verificável é desacoplar computação e verificação, reduzindo o custo repetido. Por exemplo, para resolver um problema matemático, é preciso montar e resolver a equação, mas para verificar uma resposta, basta substituir os valores, o que é muito mais barato. Computar e verificar são problemas diferentes em ciência da computação, sendo o segundo geralmente mais leve. A prova de conhecimento zero generaliza isso para qualquer computação, seja uma soma simples ou a inferência de um grande modelo, permitindo gerar uma prova concisa após a computação, para que outros possam verificar rapidamente e sem revelar detalhes.

Na Brevis, a computação pesada é executada off-chain e gera uma ZK Proof; on-chain, apenas a verificação da prova é feita, sem repetir toda a computação. Esse é o valor central da computação verificável: separar completamente computação e verificação, economizando enormemente o custo de repetir o mesmo cálculo inúmeras vezes.

Por que fazer assim: arquitetura técnica e ideias centrais

BlockBeats: Tecnicamente, a Brevis é composta por dois módulos principais: ZK Data Coprocessor (zkCoprocessor) e Pico zkVM. Qual a relação entre eles? Que problemas cada um resolve?

Michael: Você pode entender a Brevis como uma estrutura em camadas: a Pico zkVM é o motor de computação genérico (Virtual Machine), para o qual qualquer computação pode ser delegada, gerando uma zk Proof; sua principal característica é a modularidade, podendo conectar múltiplos coprocessadores. O zkCoprocessor é o coprocessador voltado para cenários de dados blockchain, funcionando como um plugin. Atualmente, o zkCoprocessor atua como o sistema de memória da zkVM, permitindo que contratos inteligentes vejam e entendam eventos históricos on-chain (como transações, saldos, posições, etc.).

Mais especificamente, a zkVM resolve o problema genérico de tornar qualquer computação verificável; o zkCoprocessor é um coprocessador de aplicação customizado para blockchain. Contratos inteligentes vivem "no presente", só acessam o contexto do bloco atual e não podem ler ou computar estados históricos ou cross-chain; o zkCoprocessor, via provas de conhecimento zero, dá "olhos" ao contrato, recuperando e resumindo dados históricos off-chain e provando que vêm do estado on-chain, permitindo ao contrato ter memória e inteligência baseada nela, mantendo minimização de confiança.

BlockBeats: O zkCoprocessor permite que contratos inteligentes "vejam o passado", o que parece inovador. Como isso é feito?

Michael: Podemos usar o exemplo do desconto dinâmico de taxas baseado em volume histórico de transações do PancakeSwap:

Primeiro, o zkCoprocessor lê o histórico de transações do usuário na blockchain, resume o volume conforme as regras (por exemplo, últimos 30 dias) e gera uma prova de conhecimento zero;

Depois, a Pico zkVM, com os registros autenticados, executa agregações e cálculos adicionais (como combinar volumes de diferentes pares em um único indicador), gerando uma prova do processo;

Por fim, o resultado + prova são enviados on-chain, e o contrato verifica ambas as provas de uma vez, confirmando se o endereço atingiu o limite VIP e aplicando automaticamente o desconto na próxima liquidação.

Dessa forma, o contrato não precisa ler e calcular grandes volumes de dados históricos on-chain, ganhando a capacidade de "ver o passado" com confiança e custo controlado.

BlockBeats: Vocês desenvolveram a Pico zkVM em vez de usar outras zkVMs. Por quê? O que diferencia a Brevis de outros projetos zk?

Michael: Essa é uma questão crucial. De fato, já existem várias zkVMs no mercado, então por que a Brevis criou sua própria Pico zkVM? O motivo é simples — acreditamos que as zkVMs existentes ainda estão em estágio experimental e não foram realmente projetadas para aplicações em larga escala e do mundo real; em termos de desempenho, custo e escalabilidade, ainda estão longe do uso comercial em massa. Em outras palavras, são mais provas de conceito do que sistemas de produção capazes de suportar milhões de chamadas.

A Brevis sempre enfrentou demandas reais desde o início. Protocolos DeFi líderes como PancakeSwap, Euler, Linea, Usual, etc., precisam gerar milhões de zk Proofs diariamente. Se a zkVM subjacente não tiver desempenho suficiente, o sistema não pode ser lançado. Isso nos forçou a reconstruir um motor de computação zk realmente voltado para produção — a Pico zkVM.

Pico tem três características marcantes. Primeiro, desempenho extremo. Pico é atualmente a zkVM mais poderosa do mundo; a recém-lançada Pico Prism já consegue provar 99,6% dos blocos da mainnet Ethereum em tempo real com 64 placas 5090 (em 12 segundos), sendo que 96,8% dos blocos são provados em até 10 segundos, representando um aumento de desempenho de 3–4 vezes e redução de custo de hardware de cerca de 50%. Ou seja, se o Ethereum rodasse hoje na Pico, a eficiência de verificação aumentaria uma ordem de magnitude — um verdadeiro avanço em provas em tempo real.

Segundo, arquitetura modular única. Pico é a única zkVM que suporta coprocessadores plugáveis; outras zkVMs são fechadas e só fazem computação genérica, enquanto a Pico pode acoplar módulos diferentes conforme o cenário. Por exemplo, ao acessar dados históricos, validar registros on-chain cruzados ou executar lógica financeira complexa, os coprocessadores da Pico funcionam como plugins, acelerando tarefas específicas. Assim, Pico combina versatilidade e alto desempenho especializado, cobrindo desde DeFi no Web3 até IA no Web2.

Por fim, facilidade para desenvolvedores. Não queremos que desenvolvedores precisem dominar criptografia ou teoria ZK para usar a Pico. Basta saber Rust para programar aplicações ZK como programas comuns. Isso reduz a barreira e esconde a complexidade do ZK na base. Em resumo, não somos uma zkVM experimental, mas um motor de computação ZK para o mundo real e casos de uso reais.

BlockBeats: Recentemente, vocês anunciaram que a Pico Prism alcançou 99,6% de provas em tempo real em hardware de consumo. Pode falar sobre o avanço técnico por trás disso e o que significa para o limite de desempenho das zkVMs?

Michael: Primeiro, a importância disso. O aumento de desempenho não é apenas uma otimização técnica, mas diz respeito à escalabilidade e ao futuro do ecossistema Ethereum. O Ethereum exige que cada nó execute a mesma computação, o que é seguro, mas já está no limite de escalabilidade. O próximo passo é adotar um novo paradigma: um nó executa grande parte da computação e gera a ZK Proof, enquanto os outros apenas verificam. Com esse modelo de computação única e verificação múltipla, é possível aumentar o throughput em uma ordem de magnitude, igualando ou superando o Solana, mantendo o número necessário de nós descentralizados.

A Fundação Ethereum estabeleceu como meta para os próximos dois anos: usar hardware de consumo de menos de 100 mil dólares para provar 99% dos blocos em tempo real. Se alcançado, será possível escalar quase infinitamente apenas somando mais hardware comum. Até então, isso era visto como teórico: a maioria das zkVMs ainda está longe desse padrão em cobertura, custo e velocidade, muitas nem atingem 90% de cobertura em tempo real.

A Pico Prism é o primeiro sistema a cruzar essa linha de desempenho. Em nossos testes, usando apenas 64 GPUs 5090 (custo de cerca de 120 mil dólares), provamos 99,6% dos blocos do Ethereum em 12 segundos, sendo 96,8% em até 10 segundos, com tempo médio de prova de apenas 6,9 segundos.

Comparada a outros protocolos, a Pico aumentou o desempenho em 70% e reduziu o custo em 50%. Ou seja, é mais rápida e barata, e já estamos muito próximos da meta da Fundação Ethereum.

BlockBeats: Em termos de função e objetivo, a Brevis é mais uma camada de aceleração ZK do Ethereum ou uma nuvem de computação verificável para múltiplas cadeias?

Michael: Em termos de função e objetivo, os dois posicionamentos não são conflitantes. No curto prazo, a Brevis é mais uma camada de aceleração ZK para o Ethereum e suas L2s. Estamos alinhados com a Fundação Ethereum: expandir a mainnet de 10 a 100 vezes via provas de conhecimento zero; ao mesmo tempo, a capacidade de prova em tempo real aumentará significativamente a interatividade dos Rollups L2, acelerando e barateando cross-chain, promovendo melhor unificação de estado e liquidez.

No longo prazo, a Brevis não se limita ao Ethereum. Nossa arquitetura suporta múltiplas cadeias e já colaboramos com parceiros como a BNB Chain (ex: PancakeSwap) e projetos de contratos perpétuos fora do Ethereum; também estamos alinhados com ecossistemas como Arbitrum, Base, Avalanche, etc. No geral, queremos que a Brevis seja uma nuvem de computação verificável para todas as aplicações blockchain.

Nosso objetivo é que, em 3–5 anos, qualquer contrato inteligente, em qualquer cadeia, possa usar facilmente esse serviço; a longo prazo, a maioria das computações blockchain será off-chain, garantida por ZK, e a Brevis será a camada unificada de confiança computacional do sistema descentralizado.

Como implementar: aplicações reais e casos de uso

BlockBeats: Muitos aplicativos DeFi, como PancakeSwap, Euler ou Linea, já usam a tecnologia da Brevis. Pode dar um exemplo concreto de como ela funciona nesses cenários?

Michael: Sim, nossos cenários de aplicação principais são DeFi. O PancakeSwap é um caso padrão: não queremos que a experiência do usuário do DEX seja sempre igual para todos — seja um trader comum ou um grande operador, a interface e as taxas são idênticas. Queremos que o DEX evolua como um CEX, oferecendo experiências diferenciadas. Também estamos explorando aplicações inovadoras, como parcerias com projetos SocialFi, permitindo que usuários provem influência e holdings reais sem expor a carteira principal.

Também estamos avançando em cenários quase totalmente off-chain. Por exemplo, em sistemas de trading perpétuo como Hyperliquid, posições e alavancagem dos usuários são públicas, facilitando ataques de outros traders. Queremos reconstruir esses sistemas com ZK, tornando ordens e posições ocultas, mas ainda garantindo a segurança e a correção do matching via ZK Proof. Assim, oferecemos experiência fluida como CEX, mas com segurança e privacidade de blockchain.

BlockBeats: No produto, o Incentra é uma aplicação importante de vocês, já gerenciando mais de 300 milhões de dólares em incentivos. Como funciona esse sistema?

Michael: O Incentra parte de uma ideia simples: a distribuição de incentivos é central para o crescimento de qualquer ecossistema, mas os mecanismos tradicionais têm problemas de segurança, compliance e transparência.

O mecanismo central do Incentra é que o usuário gera uma ZK Proof baseada em seu comportamento real on-chain ou no protocolo, validando e recebendo recompensas diretamente no contrato, sem depender de distribuição centralizada. Isso traz três vantagens: segurança — fundos são liquidados no contrato conforme regras, reduzindo riscos de custódia e operação; compliance e auditabilidade — regras e provas são rastreáveis on-chain, evitando pagamentos a entidades desconhecidas; justiça e transparência — qualquer retirada pode ser verificada externamente quanto à contribuição e cálculo, eliminando distribuição em "caixa preta". O sistema já está implementado em projetos como BNB Chain, MetaMask, OpenEden, Usual, etc. Seja em stablecoins ou sistemas de incentivo on-chain, a solução garante distribuição segura, compliance e transparente.

BlockBeats: Diferente de muitos projetos ZK ainda em laboratório, a Brevis já está em larga escala. Por que vocês conseguiram isso mais rápido?

Michael: O motivo principal é que, desde o início, não nos vimos como um laboratório de pesquisa ZK, mas como uma empresa de infraestrutura voltada para aplicações reais. Nossa abordagem não foi criar um motor e depois buscar uso, mas o contrário: partimos das necessidades das aplicações para projetar a arquitetura.

Isso define a diferença fundamental da Brevis. Muitos projetos ZK desenvolvem uma zkVM perfeita em isolamento e só depois buscam aplicações; nós partimos das dores reais dos parceiros, entendendo suas necessidades e então projetando a zkVM modular e o zkCoprocessor plugável.

Ou seja, a evolução técnica da Brevis não foi planejada do nada, mas impulsionada por usuários e parceiros reais. Esse modelo de P&D orientado a problemas nos permite iterar rapidamente, com cada melhoria correspondendo a um caso de uso verificável. Assim, nosso sistema sempre teve estabilidade e escalabilidade de produção, não apenas código para papers.

E há outro motivo: nossa equipe entende tanto de criptografia quanto de engenharia de sistemas em larga escala. Nunca ficamos só na teoria, mas otimizamos desempenho e validamos estabilidade em produção. Até agora, a Brevis já gerou mais de 100 milhões de provas de conhecimento zero na mainnet, atendeu cerca de 190 mil usuários e gerenciou mais de 300 milhões de dólares em incentivos reais para parceiros. Tudo isso em aplicações reais — incluindo Linea, Euler, Usual, OpenEden — não demos, nem testnets.

Para onde vamos: cenários abertos e visão de futuro

BlockBeats: Além do DeFi, em que outras áreas o modelo de computação off-chain e verificação on-chain pode impactar, como IA, mercado de dados ou jogos?

Michael: Fora do DeFi, esse modelo terá impacto contínuo em IA verificável, ponte de dados e identidade do Web2 para Web3, mercado de dados privados, jogos e social. Primeiro, em IA verificável, os modelos atuais são caixas-pretas. Com provas de conhecimento zero, é possível gerar evidências matemáticas do processo de inferência, provando que um modelo específico produziu determinada saída para um input, sem alteração ou manipulação. Segundo, na ponte Web2-Web3, usuários podem trazer qualificações ou comportamentos de plataformas centralizadas para aplicações on-chain via provas, como mapear atividade de trading em CEX para descontos em DEX, sem expor identidade ou contas. Por fim, em jogos e social, usuários podem provar conquistas, holdings ou ações para acessar recursos, participar de matches ou receber incentivos, sem expor carteira ou dados sensíveis.

No longo prazo, esse sistema redefinirá as fronteiras da confiança digital. Queremos, via Web3 e provas de conhecimento zero, reconstruir a forma como a sociedade entende computação confiável, tornando toda computação verificável e confiável. O objetivo da Brevis é ser a base — a nova camada de confiança computacional.

BlockBeats: Vimos que a Brevis lançou em 13 de outubro a nova atividade Brevis Proving Grounds. Pode compartilhar o conteúdo central dessa atividade e o que os usuários podem realmente experimentar?

Michael: Na verdade, recentemente investimos muito em validação de aplicações e aprovação de documentação. Já temos parcerias profundas com mais de vinte parceiros, todos com aplicações reais e usáveis, com ótimos dados e retenção de usuários.

Mas percebemos que, no mundo blockchain, muitas coisas são impulsionadas pelo entendimento dos usuários. Ou seja, quando os usuários realmente entendem o valor de uma nova tecnologia, seu feedback e demandas impulsionam os desenvolvedores a criar mais funcionalidades. Por isso, queremos envolver os usuários, para que não sejam apenas espectadores, mas possam experimentar e validar pessoalmente. Esse é o objetivo central da atividade The Brevis Proving Grounds.

A atividade tem duas fases. A primeira é de educação, para que mais pessoas entendam o que nossos parceiros fazem e como o ZK resolve problemas concretos nesses projetos. Essa fase é de popularização e compreensão, explicando a lógica e o significado da tecnologia.

A segunda é de experiência real, permitindo que os usuários usem as aplicações já implementadas e sintam as mudanças trazidas pela integração com a Brevis. Diferente de muitos projetos, cujas atividades são apenas clicar e ganhar recompensas, pois faltam funcionalidades inovadoras reais, nossos parceiros já têm aplicações reais e valiosas, e os usuários não estão em um simulador, mas usando produtos profundamente integrados à tecnologia Brevis.

Queremos que os usuários sintam o valor e a experiência fluida trazidos pelo ZK, entendendo por que a computação off-chain com verificação on-chain torna as aplicações seguras e eficientes. Mais importante, queremos que os usuários se tornem impulsionadores do ecossistema: quanto mais usuários entenderem e exigirem que os produtos adotem esse mecanismo, mais a inovação da indústria será ativada.

BlockBeats: Além dessa atividade, quais são os próximos planos da Brevis? Os usuários ainda podem participar?

Michael: Continuaremos lançando planos de ecossistema participativos, incluindo o lançamento da rede descentralizada de nós de prova, formando uma infraestrutura de prova e verificação mais aberta. Os planos serão abertos à comunidade e parceiros, com detalhes e cronograma a serem anunciados posteriormente.

BlockBeats: A longo prazo, que tipo de infraestrutura você espera que a Brevis se torne? Qual papel ela quer desempenhar no mundo Web3?

Michael: Nossa visão é tornar a Brevis a camada de computação infinita do Web3, fonte de computação confiável global. Assim como o Ethereum reconstruiu a lógica de confiança de ativos e finanças com contratos inteligentes, a Brevis quer reconstruir a lógica de confiança da computação: não mais escolher entre computar sozinho ou confiar no resultado de outros, mas garantir segurança e correção dos resultados via computação verificável, sem repetir execuções.

No futuro, aplicações on-chain evoluirão de simples execuções de transações e transferências de ativos para sistemas mais inteligentes e complexos, abrangendo algoritmos avançados, interação de dados, experiências personalizadas e provas de comportamento social. Para adoção em massa, é preciso capacidade computacional poderosa e segurança completa. Queremos tornar a computação por prova comum, fácil e barata — para que todo aplicativo Web3 possa incorporar essa capacidade sem reinventar a roda.

Arquiteturalmente, queremos adicionar uma nova camada de confiança — a camada de computação infinita — acima das camadas de consenso, dados e execução. Ela será a quarta infraestrutura do blockchain, fornecendo confiabilidade e verificação computacional unificada para o mundo descentralizado. Toda computação inteligente, complexa ou até cross-chain poderá ser verificada e usada sem confiança. Essa é nossa visão de computação infinita e a missão de longo prazo da Brevis.