Processo judicial dos EUA culpa fundador da Meteora pelo colapso dos tokens MELANIA e LIBRA

Uma nova ação coletiva movida nos EUA acusa o fundador da Meteora, Benjamin Chow, de orquestrar os infames esquemas de meme coins Libra e Melania.

O processo argumenta que a fraude das meme coins supostamente utilizou a ex-primeira-dama Melania Trump e o presidente argentino Javier Milei como “adereços” promocionais.

Autores responsabilizam fundador da Meteora pelo colapso das moedas Melania e Libra

De acordo com a petição alterada em Hurlock v. Kelsier Ventures, investidores alegam que Meteora e Kelsier Ventures “emprestaram credibilidade” de figuras públicas para legitimar os tokens MELANIA e LIBRA, chamando-os de uma “armadilha de liquidez” coordenada.

Ambas as moedas dispararam após o lançamento, mas depois despencaram mais de 90%.

“Os réus emprestaram credibilidade de figuras ou temas do mundo real — como a moeda ‘oficial Melania Trump’ ($MELANIA) e a moeda ‘renascimento argentino’ ($LIBRA) atrelada ao presidente Javier Milei. Esses rostos e marcas serviram como adereços para legitimar o que na verdade era uma armadilha de liquidez coordenada. Os autores não alegam que essas figuras públicas foram culpadas; elas foram apenas a fachada para um crime arquitetado por Meteora e Kelsier,” diz o processo.

Na Argentina, o escândalo LIBRA se ampliou para uma investigação criminal que mira dois assessores de Milei após dados de carteiras os vincularem a transferências antes do lançamento. Mais de 1.300 cidadãos teriam perdido fundos, contradizendo a declaração televisionada de Milei de que “não mais que cinco” investidores foram afetados.

Recentemente, Melania Trump reativou sua meme coin baseada em Solana por meio de um vídeo gerado por IA. Os preços subiram brevemente antes de caírem novamente. Analistas destacaram US$ 30 milhões em vendas de tokens não explicadas provenientes de carteiras da equipe, levantando preocupações sobre transparência.

Defesa, Regulação e Contexto de Mercado

Chow, que renunciou em fevereiro, anteriormente negou qualquer irregularidade no X. Ele disse que nem ele nem a Meteora receberam tokens ou informações privilegiadas. Chow descreveu o “Dynamic Liquidity Market Maker” como uma ferramenta sem permissão que apoia lançamentos independentes, e não como uma entidade de negociação.

Houve questionamentos sobre a Meteora e meu envolvimento no $LIBRA, então quero explicar nosso papel e compartilhar por que trabalhamos com terceiros. Meteora e eu, pessoalmente, nunca recebemos ou gerenciamos quaisquer tokens à parte, não recebemos informações privilegiadas nem nos envolvemos com qualquer…

— benchow.sol (@hellochow) 17 de fevereiro de 2025

Um juiz dos EUA descongelou US$ 57,6 milhões em USDC vinculados ao caso, citando dúvidas sobre as chances dos autores. O processo também cita Hayden Davis e Kelsier Ventures, alegando que eles realizaram pelo menos 15 lançamentos de tokens usando o mesmo modelo.

A ação judicial surge enquanto reguladores debatem como classificar as meme coins. Em fevereiro, a SEC declarou que as meme coins são “semelhantes a colecionáveis”, encerrando a aplicação da lei de valores mobiliários, mas deixando casos de fraude para agências como a CFTC.

Analistas alertam que a postura mais relaxada pode encorajar emissores especulativos. Reguladores do Reino Unido a Singapura também estão avaliando se tais tokens se enquadram na lei de proteção ao consumidor em vez de regulação financeira.

De acordo com a Galaxy Research, mais de 32 milhões de meme coins agora são negociadas na Solana, que detém 30% do volume das exchanges descentralizadas. A maioria dos traders perde dinheiro em segundos, enquanto operadores de infraestrutura capturam a maior parte dos lucros — refletindo um sistema semelhante a um cassino que recompensa os lançadores em detrimento dos participantes.

Um relatório da a16z Crypto constatou que mais de 13 milhões de meme coins foram lançadas no ano passado, mas a atividade caiu 56% à medida que a legislação bipartidária avançava para uma supervisão mais clara. Analistas disseram que a desaceleração mostra saturação inicial e fadiga dos investidores com tokens impulsionados por celebridades.

Embora nenhuma acusação tenha como alvo Trump ou Milei, a queixa destaca um crescente confronto entre o populismo cripto e a inércia regulatória. À medida que as meme coins evoluem de piadas para eventos globais de liquidez, tribunais e eleitores agora devem decidir onde termina a inovação do livre mercado e começa a má conduta financeira.