Fusaka do Ethereum Está Ativa: O Que Esta Hard Fork Significa para Taxas, Rollups e Usuários

Ethereum concluiu a aguardada atualização Fusaka em 3 de dezembro de 2025, tornando-se o segundo hard fork de grande relevância da rede no ano e um dos passos de escalabilidade mais ambiciosos até hoje. Fusaka introduz o Peer Data Availability Sampling, um sistema que permite aos validadores verificarem os dados por meio de amostras leves, em vez de baixarem todo o blob de dados. Juntamente com o aumento do limite de gás do bloco e diversas melhorias com foco em desempenho, a atualização foi projetada para levar o Ethereum a uma maior capacidade de processamento, custos de transação mais baixos e maior eficiência para as rollups de Layer 2 que dependem da rede.

Para usuários comuns e investidores em criptomoedas, Fusaka representa um divisor de águas na forma como o Ethereum gerencia o tráfego e a demanda da rede. A atualização libera significativamente mais capacidade de dados para rollups, ajuda a estabilizar as taxas em níveis baixos e traz melhorias focadas no usuário, como suporte a chaves de acesso compatíveis com biometria. Embora o trabalho técnico aconteça nos bastidores, o resultado visível em todo o ecossistema deve ser simples: mais espaço operacional, atividades mais baratas e uma experiência mais fluida desde as carteiras até aplicações descentralizadas.

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O que é Fusaka?

Fusaka é a décima sétima grande atualização de rede do Ethereum e faz parte do ciclo estável de melhorias, realizado duas vezes ao ano. Ela segue a tradição de unir temas da camada de execução e da camada de consenso. A estrela “Fulu” representa o componente de consenso, enquanto “Osaka”, cidade anfitriã da Devcon 2025, representa o lado da execução. Juntas, formam o nome Fusaka, simbolizando a fusão do roadmap técnico e dos marcos comunitários do Ethereum.

A atualização chega após vários anos de rápidas transformações no Ethereum. A Merge em 2022 migrou a rede para proof of stake. Shanghai em 2023 trouxe saques para o ETH em staking. Dencun em 2024 entregou data blobs, reduzindo as taxas das rollups em cerca de noventa por cento. Pectra em meados de 2025 ampliou a capacidade de blobs e refinou as operações dos validadores. Fusaka dá continuidade a esse progresso, ao apresentar PeerDAS e aumentar o throughput da rede, impulsionando ainda mais a visão de escalabilidade do Ethereum e preparando o terreno para passos futuros rumo ao Danksharding completo.

PeerDAS: Um avanço em escalabilidade de dados

No coração do Fusaka está o Peer Data Availability Sampling, mais conhecido como PeerDAS. Este sistema muda fundamentalmente a forma como os nós do Ethereum verificam os dados postados pelas rollups de Layer 2. Em vez de baixar todo o blob de dados, os validadores agora checam apenas pequenas amostras aleatórias. Quando milhares de validadores verificam partes diferentes, a rede adquire alta confiança de que o conjunto de dados completo está disponível e é válido. Esse método reduz significativamente a exigência de banda e armazenamento dos validadores e facilita muito para quem valida de casa acompanhar a cadeia.

O impacto do PeerDAS é substancial. Ao trocar downloads completos por amostragens, o Ethereum reduz os requisitos de banda dos validadores em cerca de oitenta e cinco por cento. Isso abre espaço para uma capacidade muito maior de dados em cada bloco, beneficiando diretamente as rollups que dependem do Ethereum para publicação de dados. Testes iniciais mostram que o PeerDAS pode suportar várias vezes mais espaço para blobs, potencialmente multiplicando o throughput das transações de Layer 2 e desbloqueando novos patamares de escalabilidade. Com o PeerDAS em funcionamento, o Ethereum dá um passo significativo em direção ao futuro de alta capacidade previsto no seu roadmap.

Blocos maiores e upgrades mais inteligentes

Fusaka vai além de introduzir o PeerDAS. Ela também expande a capacidade bruta do Ethereum na camada base ao aumentar o limite de gás do bloco padrão de cerca de trinta e seis milhões para sessenta milhões de gás. Esse aumento permite encaixar muito mais atividades em cada bloco, sejam transações normais ou operações mais complexas de smart contracts. Ao mesmo tempo, a atualização inclui medidas de segurança para impedir que uma única transação sobrecarregue a rede. Um limite de gás por transação garante que nenhuma operação intensiva monopolize o espaço do bloco, mantendo desempenho estável mesmo com maior throughput.

Junto a essas mudanças, Fusaka traz melhorias criptográficas e na máquina virtual que aumentam a usabilidade e a eficiência do Ethereum. Um destaque é o suporte a assinaturas secp256r1, trazendo autenticação nativa de dispositivos para o Ethereum. Isso permite que carteiras integrem métodos biométricos, como reconhecimento facial e impressão digital, ao assinar transações, criando uma experiência de login mais intuitiva, sem depender apenas de frases-semente. Fusaka também adiciona novas instruções e otimizações ao EVM, tornando os smart contracts mais baratos e fáceis de operar. Esses avanços fortalecem as bases do Ethereum e preparam a rede para futuras fases de escalabilidade.

Taxas mais baixas

Um dos resultados mais perceptíveis da atualização Fusaka é o impacto nas taxas de transação em todo o ecossistema Ethereum. Ao ampliar o volume de dados que a rede pode processar e o espaço disponível para batches das rollups, Fusaka ajuda a aliviar a congestão em sua origem. Analistas estimam que as taxas de dados de Layer 2 podem cair entre quarenta e sessenta por cento, resultado direto do aumento na capacidade de blobs. Essa redução deve manter as transações das rollups constantemente baratas, mesmo durante períodos de maior atividade on-chain.

As taxas de gás na camada base do Ethereum também devem se beneficiar. Com mais espaço em cada bloco e gerenciamento de dados mais eficiente via PeerDAS, a rede tende a evitar picos bruscos de taxas quando a demanda aumenta. Para garantir uma economia saudável, Fusaka estabelece uma taxa mínima de blob, criando um custo básico para dados das rollups — as taxas não caem a zero, mas ainda permanecem extremamente baixas para os usuários. Tanto na mainnet do Ethereum quanto nas redes Layer 2, o resultado é um ambiente mais previsível e acessível para o uso cotidiano, estimulando adoção mais ampla.

Rollups turbinadas

As rollups de Layer 2 são as maiores beneficiadas pela atualização Fusaka, já que as melhorias expandem diretamente a quantidade de dados que o Ethereum pode disponibilizar por bloco. Com muito mais espaço para blobs e a eficiência do PeerDAS, as rollups conseguem publicar batches maiores e mais frequentes, permitindo processar várias vezes o throughput atual. Estimativas iniciais apontam que as rollups podem triplicar a capacidade anterior de dados, abrindo caminho para velocidades de transação em toda a rede que podem chegar a dezenas de milhares por segundo.

Essa nova capacidade dá às rollups espaço para crescer sem enfrentar gargalos que antes elevavam as taxas em períodos movimentados. Arbitrum, Optimism, Base e outras grandes redes Layer 2 agora podem agrupar mais atividade em cada publicação, tornando as taxas mais baixas e a performance mais estável para seus usuários. Fusaka também prepara o Ethereum para futuras expansões “só de blobs”, aumentando ainda mais o throughput sem exigir outro hard fork de grande escala. Como resultado, o modelo centrado em rollups, eixo da estratégia de escalabilidade do Ethereum, se torna mais forte, flexível e apto a sustentar aplicações de massa.

Melhor experiência para os usuários

Para o usuário comum, Fusaka se traduz em uma experiência visivelmente mais fluida em todo o ecossistema Ethereum. Com a rede agora capaz de processar muito mais dados por bloco, as atividades dificilmente provocam aumentos repentinos no preço do gás. Essa estabilidade mantém as taxas médias confortavelmente baixas tanto no Ethereum quanto nas redes Layer 2, criando um ambiente previsível onde transações simples, swaps, jogos e interações sociais on-chain podem ocorrer sem preocupação com custos elevados.

Fusaka também traz avanços significativos na interação com carteiras e aplicações. O suporte a assinaturas secp256r1 abre espaço para autenticação nativa de dispositivos, incluindo biometria facial e por impressões digitais. Isso faz as carteiras Ethereum parecerem mais com aplicativos móveis modernos e menos com ferramentas técnicas dependentes de frases-semente. Ao mesmo tempo, a redução nas exigências de banda habilitada pelo PeerDAS facilita o funcionamento de nós validadores domésticos, fortalecendo uma rede mais saudável e descentralizada. No conjunto, Fusaka aproxima o Ethereum de oferecer uma experiência rápida, intuitiva e acessível para todos os usuários.

Conclusão

Fusaka representa um marco importante na trajetória de escalabilidade do Ethereum e reforça o compromisso da rede com um futuro centrado em rollups. Ao combinar PeerDAS, maior capacidade de bloco e melhorias voltadas ao usuário, a atualização representa um avanço significativo em desempenho sem comprometer a descentralização. As rollups ganham o espaço necessário para escalar agressivamente, as taxas tornam-se mais previsíveis para o usuário cotidiano e os validadores passam a demandar hardware significativamente mais leve.

À medida que o Ethereum avança rumo ao Danksharding completo, Fusaka serve como uma ponte relevante para a próxima geração de infraestrutura blockchain de alta capacidade. Ela reforça as bases sobre as quais novos upgrades serão construídos e posiciona o Ethereum para sustentar ainda mais atividades em finanças descentralizadas, jogos, identidade digital e outras aplicações emergentes on-chain. Com Fusaka já implantada, a rede inicia uma nova fase, em que escalabilidade deixa de ser meta distante e passa a ser realidade crescente, sentida por usuários e desenvolvedores em todo ecossistema.